quinta-feira, 7 de março de 2024

Comentários e o ranking do Oscar - 2024

Bem amigos das redes antissociais. Chegou o grande momento do ano. O tradicional dia de falar do Oscar! E é com grande prazer que reconheço que em todos estes anos vivendo de forma amadora e sem receber um tostão desta indústria vital este é um dos melhores anos da história recente da Academia. Entre os indicados há muitos bons filmes, alguns excelentes (é claro que eu não estou falando de você, “Maestro”) e pouquíssimas bombas.

Como costuma acontecer anualmente, o Oscar tinha tudo para ser uma ZONA DE INTERESSE(s). Sabe como é, o povo da Academia por vezes gosta de agir como ASSASSINOS DA RUA DAS FLORES cinematográficas criando uma FICÇÃO AMERICANA sobre VIDAS PASSADAS que muito facilmente poderia configurar uma ANATOMIA DE UMA QUEDA de qualidade. Mas aparentemente o MAESTRO do destino este ano nos pregou uma peça. Praticamente não há POBRES CRIATURAS entre os concorrentes aos principais prêmios. É claro que sempre lamentamos que alguns são REJEITADOS como se fossem uma BARBIE velha e quebrada (Leonardo di Caprio, Celine Song, Greta Gerwig…) Mas nem tudo é perfeito. Eu mesmo não consegui inserir OPPENHEIMER neste parágrafo trocadalho dos indicados a melhor filme.

Por falar na categoria principal, ela é o maior exemplo da qualidade da seleção deste ano. De acordo com o CornetaStats, a nota média dos indicados a melhor filme em 2024 ficou em 8,55, a maior da série histórica, superando os 8,12 de 2021 e muito acima dos 7,75 do ano passado. Não há um único filme ruim na categoria principal, mas como alguém tem que ficar com o índice “Spotlight” de “esse filme não pode ganhar”, o “Maestro” ficará com essa batuta. E ele não merece ganhar mesmo. É o mais fraquinho de todos. Sorry Bradley Cooper. Sorry Carey Mulligan, eu adoro você, mas não dá.

Bom, mas vamos aos comentários mais detalhados por categoria e os meus favoritos (que sempre perdem) de 2024.

FILME – O apoio incondicional da Corneta neste ano vai para “Anatomia de uma queda”, o único filme a receber nota máxima do pool de críticos composto por mim mesmo e meus amigos imaginários. Porém, sabemos que é mais fácil estadunidense aprender a votar direito do que premiar um filme não falado em inglês. no Oscar. Sendo assim, não ficaríamos tristes se “Assassinos da lua das flores” levasse porque é um filme que certamente está no top-10 do Martin Scorsese. Também seria incrível, mas por diferentes motivos que “Vidas Passadas”, “Ficção Americana” ou “Zona de Interesse” ganhassem o prêmio. Acharia bom e ousado que “Barbie” ou “Pobres Criaturas” levassem também. Dizem que o favoritaço é “Oppenheimer”. É outro grande filme, mas não muito diferente de filmes que já ganharam no passado. Aquele gênero cinebiografia de mentes atormentadas capitaneadas por diretores excelentes. Por fim, não rejeitaria “Os Rejeitados”, mas rejeito bastante o “Maestro”, que parece estar aí mais pelo seu personagem retratado do que pelo filme em si.

ATOR – Jeffrey Wright (“Ficção Americana”) e Paul Giamatti (“Os Rejeitados”) estão muito bem e acho que seriam prêmios muito bem dados. Também gosto do Colman Domingo em “Rustin”, mas o meu favorito ainda é o Cillian Murphy por “Oppenheimer”. Já o Bradley Cooper pode aproveitar a festa e os comes e bebes.

ATRIZ – Essa categoria está fortíssima. A única que parece abaixo do nível é a Annette Benning (“Nyad”), mas gosto de Carey Mulligan (“Maestro”), acho que a Emma Stone está brilhante em “Pobres Criaturas” e é um trabalho que vem crescendo muito na minha cabeça quanto mais eu penso nele. Sandra Hüller também está espetacular em “Anatomia de uma queda” (e também muito bem em “Zona de Interesse”). Contudo, minha favorita ainda é a Lily Gladstone (“Assassinos da lua das flores”). Ela transmite muito sobre a sua personagem só com o olhar e pequenos gestos. É um trabalho realmente excelente.

DIRETOR– A lista dos diretores é impecável. Senti falta de Celine Song (“Vidas Passadas”), mas não sei quem eu poderia tirar entre tantos bons nomes. O meu favorito é o Martin Scorsese (“Assassinos da lua das flores”), mas vencendo a Justine Triet (“Anatomia de uma queda”) no photochart.

ATRIZ COADJUVANTE – Apesar de todo o meu amor pela Jodie Foster (“Nyad”), aqui eu tenho apenas duas favoritas: Emily Blunt (“Oppenheimer”) e quem eu acho que merecia mais o prêmio, “Da’Vine Joy Randolph (“Os Rejeitados”).

ATOR COADJUVANTE – Esta é uma categoria com cinco trabalhos muito bons. Dizem que o favorito é o Robert Downey Jr (“Oppenheimer”), mas não seria nada mal o Ryan Gosling (“Barbie”) ou Sterling K. Brown (“Ficção Americana”) ganharem. Só que o meu favorito é o Robert De Niro por “Assassinos da lua das flores”.

ROTEIRO ADAPTADO – Para mim, o roteiro mais interessante de todos os cinco indicados é o de “Ficção Americana”. É para ele que eu entregaria o careca dourado desta categoria.

ROTEIRO ORIGINAL – Adoro “Vidas Passadas” e “Segredos de um escândalo”. O prêmio estaria bem dado para ambos. Só que o meu favorito aqui é “Anatomia de uma queda”.

FILME INTERNACIONAL – Mais um ano em que os cinco filmes são bons. Meu favorito é “Dias Perfeitos”, o representante do Japão. “Zona de Interesse” e “Eu, Capitão” ocupam os lugares seguintes no pódio.

ANIMAÇÃO – Infelizmente não consegui ver “O menino e a garça” do Hayao Miyazaki. Dos filmes restantes, “Homem-Aranha: através do Aranhaverso” é disparado o melhor.

DOCUMENTÁRIO – Aqui eu também fiquei devendo um filme. O indiano “To Kill a Tiger”. Os quatro restantes são muito bons, mas meu favorito é “20 days in Mariupol”, que documents os horrores da invasão russa na Ucrânia. Logo em seguida eu colocaria “Bobi Wine: The People’s President” que também é bem impressionante ao colocar a luta de um músico de Uganda pela defesa da democracia no seu país.

FOTOGRAFIA – Eu sou muito fã de um preto e branco vintage. Por isso, o meu voto vai para “El Conde”. Mas os prêmios estariam bem dados para “Assassinos da lua das flores” ou “Oppenheimer”.

MONTAGEM – Impossível não dar o meu voto para Thelma Schoonmaker por “Assassinos da lua das flores”.

TRILHA SONORA – Meu pódio aqui fica assim: “Oppenheimer”, “Assassinos da lua das flores” e “Pobres Criaturas”.

FIGURINO – Se “Pobres Criaturas” não existisse eu até concordaria com “Barbie”, mas gosto muito do trabalho de Holly Washington no filme do Yorgos Lanthimos.

DIREÇÃO DE ARTE – Mais uma vez aqui o melhor e mais original e curioso para mim é “Pobres Criaturas”

CANÇÃO ORIGINAL – De todas as músicas, a que realmente faz diferença, causa impacto e move a história de um filme é “I’m just Ken”, de Barbie. Portanto, a minha favorita.

EFEITOS VISUAIS – Que os blockbusters americanas me perdoem, mas aqui eu estou 100% com “Godzilla Minus One”.

MAQUIAGEM E CABELO – Entre os narizes postiços de “Golda” e “Maestro” eu prefiro uma terceira e muito merecida via: “Pobres Criaturas”.

SOM – Entre todos os indicados não têm um único em que o trabalho de som não seja tão incrível e importante para a história quanto o de “Zona de Interesse”.

Dito isso, assim ficaram distribuídos os carecas dourados da Corneta:

4 carecas – “Assassinos da lua das flores”.

3 carecas – “Pobres criaturas”.

2 carecas – “Anatomia de uma queda” e “ Oppenheimer”.

1 careca – “Os Rejeitados”, “Dias Perfeitos”, “Ficção Americana”, “Homem-Aranha através do Aranhaverso”, “20 Days in Mariupol”, “El Conde”, “Barbie”, “Godzilla Minus One” e “Zona de Interesse”.

Para finalizar, vamos ao ranking do Oscar:

1- “Anatomia de uma queda”

2- “Assassinos da lua das flores”

3- “Vidas Passadas”

4- “Dias perfeitos”

(Os filmes acima estão classificados para a Libertadores)

5- “Zona de Interesse”

6- “Oppenheimer”

7- “Ficção Americana”

8- “Eu, Capitão”

9- “Barbie”

10- “20 Days in Mariupol”

11- “Bobi Wine: The People´s presidente”

12- “Pobres Criaturas”

(Os filmes acima estão classificados para a Copa Sul-Americana)

13- “Os rejeitados”

14- “Godzilla Minus One”

15- “Guardiões da Galáxia vol. 3”

16- “Homem-Aranha através do Aranhaverso”

17- “El Conde”

18- “Missão Impossível: Acerto de contas – parte um”

19- “Segredos de um escândalo”

20- “A Sala dos professores”

21- “As 4 filhas de Olfa”

22- “Sociedade da neve”

23- “Rustin”

24- “Jon Batiste – American Symphony”

25- “Maestro”

26- “Indiana Jones e a relíquia do destino”

27- “A memória infinita”

28- “Nyad”

29- “Flamin´Hot”

30- “Meu amigo robô”

31- “Elementos”

32- “Napoleão”

(Os filmes abaixo foram rebaixados para a Série B)

33- “Nimona”

34- “A cor púrpura”

35- “Golda”

36- “Resistência”

segunda-feira, 4 de março de 2024

Filmes e séries: destaques e decepções de fevereiro

Destaques:

🎞 “Anatomia de uma queda” (Anatomie d´une chute – FRA – 2023) – Filmaço, um belo debate sobre a noção do que é verdade e a forma de trabalho do judiciário baseado em declarações e não em provas irrefutáveis. Que filmaço de tribunal. O trabalho da diretora Justine Triet e da atriz Sandra Hüller são notáveis. Ambas foram merecidamente indicadas ao Oscar.

🎞 “Dias Perfeitos” (Perfect Days – JAP, ALE – 2023) – Dirigido por Wim Wnders, o indicado do Japão ao Oscar de filme internacional é um dos trabalhos mais bonitos do diretor. Super contemplativo e focado nos detalhes e nas pequenas ações do seu protagonista.

🎞 “Ficção Americana” (American Fiction – EUA – 2023) – O filme de Cord Jefferson me lembrou muito os roteiros de Charlie Kauffman, especialmente em “Adaptação” (2002), mas também com toda a crítica social por trás. É uma bela dramédia com ótimas interpretações de Jeffrey Wright e Sterling K. Brown.

🎞 “Eu Capitão” (Io Capitano – ITA, BEL, FRA – 2023) – Filme bem intenso e pesado sobre dois jovens que deixam o Senegal em busca do sonho europeu. A imigração é o tema desta jornada difícil dos protagonistas no filme dirigido pelo italiano Matteo Garrone.

🎞 “As 4 filhas de Olfa” (Les filles d´Olfa – FRA, TUN, ALE, ARS, CYP – 2023) – Documentário escrito e dirigido por Kaouther Ben Hania sobre o desaparecimento de duas filhas de Olfa Hamrouni, que foram recrutadas pelo Estado Islâmico e hoje estão presas na Líbia. Uma tremenda porrada.

🎞🍁 “Bob Marley: One Love” (Bob Marley: One Love – EUA – 2024) – Dirigido por Reinaldo Marcus Green, não é uma cinebiografia perfeita, mas gostei do recorte dela. Pegou um momento definidor da vida do artista e contou a história a partir daí e de tudo o que se gerou ao redor até o seu fim. As músicas são bem colocadas na história e não são uma mera playlist do cantor enquanto o filme acontece.

📺 “True Detective” (EUA, HBO) – Pode-se até dizer que a quarta temporada teve altos e baixos, mas a história criada por Issa López me pegou do início ao fim. E como é bom ver a Jodie Foster trabalhando.

Decepções:

📺 “Expatriadas” (Expats – EUA, Prime Vídeo) – Nicole Kidman sempre teve crédito comigo, mas ela está abusando. Esta já é a terceira série seguida que é uma decepção. Antes foi “The Undoing” (2020) e “Nove Desconhecidos” (2021). Mais uma vez interpretando uma mulher rica que vive uma tragédia, a atriz não consegue se salvar numa história de expatriados em que mesmo Hong Kong parece não ter a menor importância.

🎞 “A cor púrpura” (The Color Purple – EUA – 2023) – Imagina um musical que não tem uma única canção indicada ao Oscar. Foi o que aconteceu com “A cor púrpura”. O filme é chatinho. Prefiro mil vezes a versão do Steven Spielberg de 1985.

🎞 “Garra de Ferro” (Iron Clow – EUA, ING – 2023) – Tirando o fato de que eu nunca entendi o apelo do wrestling, o filme do Sean Durkin é aquela cinebiografia bem básica. Família tóxica, uma tragédia aqui e acolá, uma sucessão de eventos e tudo meio raso até o fim.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

Filmes, séries e música: destaques e decepções de janeiro

Destaques:

“Vidas Passadas” (Past Lives — EUA, COR — 2023) — Estreia de Celine Song como diretora. É um dos filmes mais bonitos que eu já vi. Se na estreia a diretora já faz isso, quero ver desde já os seus próximos trabalho. “Vidas passadas” fala sobre relacionamentos, escolhas, como as vidas são transformadas por decisões importantes que tomamos e sobre reencontros. Como pano de fundo, o tema da imigração, que é algo bastante recorrente entre diretores que de alguma forma são filhos ou parentes de imigrantes.

É um filme interessantíssimo e lamento que Song não tenha sido indicado ao Oscar de melhor diretora, pois o seu trabalho em “Vidas Passadas” é muito sofisticado na forma como ela conta a sua história e conduz a sua câmera.

“Zona de Interesse” (The Zone of Interest — EUA, ING, POL — 2023) — Dirigido por Jonathan Glazer, o filme foi uma bela surpresa para mim. Conta a história de uma vida quase idílica de uma família que é vizinha do campo de concentração de Auschwitz. Família essa cujo patriarca é o diretor do campo de concentração mais conhecido e um dos mais traiçoeiros e terríveis do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

É terrível e muito incômodo o estado de normalidade em que eles vivem em meio aos tiros e a fumaça do campo imediatamente ao lado daquela casa construída para ser um cenário perfeito para a família que ali vive.

“Os rejeitados” (The Holdovers — EUA — 2023) — Filme delicioso de Alexander Payne e com um trabalho maravilhoso de Paul Giamatti. Conta a história de um professor e de alguns alunos que permanecem na escola durante o recesso das aulas ao fim do ano, para a passagem do Natal e do Ano Novo. Durante aquele convívio, os personagens vão aprender um pouco sobre os outros e criar laços de amizade que ajudarão a transformar as suas vidas.

“20 days in Mariupol” (20 Days in Mariupol — UCR — 2023) — Documentário pesadíssimo e muito gráfico sobre a invasão russa na cidade ucraniana de Mariupol. Um enorme trabalho de um jornalista da AP exibindo os horrores e os crimes de guerra do governo russo.

“Fargo (EUA, FX)” — A quinta temporada talvez seja a melhor de toda uma serie cheia de ótimas temporadas. Juno Temple está bem demais no papel de uma vítima de violência doméstica que precisa fugir de um relacionamento abusivo do personagem vivido por Jon Hamm.

Dead Poetry Society — “Fission” — Segundo álbum do quarteto de Boston. Bom disco. Nada espetacular, mas bem agradável.

Frank Carter and The Rattlesnakes — “Dark Rainbow” — Acho que foi o primeiro lançamento do mês que ouvi e gostei muito. Pelo menos metade do disco foi direto para a playlist 2024. É o quinto álbum dos ingleses de Hertfordshire.

Decepções:

Green Day — “Saviors” — Não é que seja um álbum ruim. Até tem algumas canções interessantes, mas no geral é um disco bem mediano e longe dos melhores trabalhos da banda, como “Dookie” (1994) e “American Idiot” (2004).

“Echo” (EUA — Disney Plus) — Tudo bem que a Marvel está uma bagunça e a série sofreu com regravações e cortes, mas havia um potencial ali especialmente depois do primeiro episódio. Talvez eu tenha ficado muito impactado pela temática envolvendo uma personagem com uma ancestralidade indígena e pelo duelo com o Demolidor. Depois disso, no entanto, a série foi derretendo até um final preguiçoso e até lamentável envolvendo o Rei do Crime.

“Ferrari” (Ferrari — EUA, ING, ITA, CHI — 2023) — O filme do Michael Mann foi uma grande decepção para mim. Focado na traição do Enzo Ferrari (Adam Driver) e sua obsessão por transformar a empresa na marca que é hoje, ele não vai além da superfície e tem atuações no piloto automático. Penso que filmes como “Ford vs Ferrari” (2019) e “Rush — No limite da emoção” (2013) fazem mais pela história do automobilismo e até da Ferrari do que este trabalho.


sábado, 30 de dezembro de 2023

Os melhores e os piores filmes de 2023

Chegamos ao grande momento de 2023. A divulgação do prêmio Corneta Ballon D´Or de melhores filmes do ano. Foi um ano com vários diretores de prestígio lutando por um lugar na lista final elaborada pelo conglomerado Corneta Inc.

Após um esforço hercúleo do júri formado por mim mesmo em ver uma gama de filmes de fazer inveja a Cannes, Berlim e Hollywood, chegamos à lista dos 30 filmes que de alguma forma passaram pelo crivo implacável da Corneta.

Como nunca é demais repetir, é preciso deixar as regras bem claras aqui. Para se tornar elegível ao prêmio, o filme precisa ter passado nos circuitos de cinema do Rio de Janeiro ou de Lisboa entre o primeiro dia e o dia 27 de dezembro do ano corrente. Ou ter estreado nos cinco principais serviços de streaming no mesmo período. Não vale ter passado em festival. Tem que estar amplamente disponível para o povo ver. Portanto, não venham reclamar que a minha lista não tem o vencedor de Cannes ou aquele famoso filme coreano da vez, porque se não estreou em circuito comercial não pode ser inscrito para o prêmio da Corneta.

Esclarecidas as regras, vamos ao ranking definitivo dos filmes que brilharam em 2023:

1- “Assassinos da lua das flores” (Killers of the flower moon — EUA). Diretor: Martin Scorsese.

2- “Sem ursos” (Khers Nist — IR). Diretor: Jafar Panahi.

3- “Tár” (Tár — EUA). Diretor: Todd Field.

4- “R.M.N” (R.M.N. — ROM, FRA, BEL, SUE). Diretor: Cristian Mungiu.

5- “Oppenheimer” (Oppenheimer — EUA, ING). Diretor: Christopher Nolan.

6- “Os Banshees de Inisherin” (The Banshees of Inisherin — IRL, ING, EUA). Diretor: Martin McDonagh.

7- “Dias em chamas” (Kurak Günler — TUR, FRA, ALE, NL, GRE, CRO). Diretor: Emin Alper.

8- “As oito montanhas” (Le otto montagne — ITA, BEL, FRA, ING). Diretores: Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch.

9- “Barbie” (Barbie — EUA, ING). Diretora: Greta Gerwig.

10- “Close” (Close — BEL, NL, FRA). Diretor: Lukas Dhont.

11- “Rebelde” (Rebel — BEL, LUX, FRA). Diretor: Adil El Arbi e Bilall Fallah.

12- “Godzilla Minus One” (Gojira -1.0 — JAP). Diretor: Takashi Yamazaki.

13- “Guardiões da Galáxia — vol. 3” (Guardians of the Galaxy Volume 3 — EUA, CAN, NZL). Diretor: James Gunn.

14- “Os filhos dos outros” (Les enfants des autres — FRA). Diretora: Rebecca Zlotowski.

15- “Retratos Fantasmas” (Retratos Fantasmas — BRA). Diretor: Kléber Mendonça Filho.

16- “O Assassino” (The Killer — EUA). Diretor: David Fincher.

17- “A menina silenciosa” (An Cailín Ciúin — IRL). Diretor: Colm Bairéad.

18- “Homem-Aranha: através do Aranhaverso” (Spider-man: Across the Spider-Verse — EUA). Diretores: Joaquim dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson.

19- “Terra de Deus” (Vanskabte Land — DIN, ISL, FRA, SUE). Diretor: Hlynur Pálmason.

20- “Saltburn” (Saltburn — EUA, ING). Diretora: Emerald Fennell.

21- “Foe” (Foe — EUA, AUS, ING). Diretor: Garth Davis.

22- “A sindicalista” (La Syndicaliste — FRA, ALE). Diretor: Jean-Paul Salomé.

23- “O Conde” (El Conde — CHI). Diretor: Pablo Larraín.

24- “Missão: Impossível 7 — acerto de contas — parte 1” (Mission: Impossible — Dead Reckoming part One — EUA). Diretor: Christopher McQuarrie.

25- “O pub de Old Oak” (The Old Oak — ING, FRA, BEL). Diretor: Ken Loach.

26- “Segredos de um escândalo” (May December — EUA). Diretor: Todd Haynes.

27- “Clonaram Tyrone!” (They Cloned Tyrone! — EUA). Diretor: Juel Taylor.

28- “Nostalgia” (Nostalgia — ITA, FRA). Diretor: Mario Martonne.

29- “Broker” (Beurokeo — COR, JAP). Diretor: Hirokazu Koreeda.

30- “O pacto” (The Covenant — ING, ESP, EUA). Diretor: Guy Ritchie.

Menções honrosas: “John Wick 4: Baba Yaga”, “Air — a história por trás do logo”, “Maestro”, “BlackBerry” e “Tetris”

E agora, para fechar o ano, vamos ao prêmio Titanic de piores filmes de 2023:

1- “Som da Liberdade” (Sound of Freedom — EUA, MEX). Diretor: Alejandro Monteverde.

2- “Hypnotic — A Ameaça Invisível” (Hypnotic — EUA, ING, CAN). Diretor: Robert Rodriguez.

3- “Shazam! Fúria dos Deuses” (Shazam! Fury of the Gods — EUA). Diretor: David F. Sandberg.

4- “Jogos Vorazes: A Cantiga dos pássaros e das serpentes” (The Hunger Games — The Ballad of Songbirds & Snakes — EUA)” — Diretor: Francis Lawrence.

5- “65 — Ameaça pré-histórica” (“65” — EUA, CAN). Diretor: Scott Beck e Bryan Woods.

6- “Aquaman 2: O Reino Perdido” (Aquaman and the lost kingdom — EUA, ING, CAN, AUS, ISL)” — Diretor: James Wan.

7- “Batem à porta” (Knock at the cabin — EUA, JAP, CHI). Diretor: M. Night Shyamalan.

8- “Ghosted: Sem resposta” (Ghosted — EUA). Diretor: Dexter Fletcher.

9- “The Flash” (The Flash — EUA, CAN, AUS, NZL). Diretor: Andy Muschietti.

10- “Rebel Moon — parte 1: A menina do fogo” (Rebel Moon: part 1 — Child of Fire — EUA, HUN, SUE, DIN, ING). Diretor: Zack Snyder.

E assim despeço-me deste ano, Que venha 2024 já começando com a maravilhosa temporada do Oscar.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

As melhores séries e minisséries de 2023

O ano está quase acabando e chegou a hora da divulgação dos vencedores da quarta edição do prêmio Golden Cornetemmy Globe de melhores e piores séries de 2023. Foi mais um ano de excelentes produções, o que faz com que o meu trabalho não remunerado de escolher o top-15 fosse ainda mais difícil. Porém, não enrolarei mais os meus 17 leitores. Aqui estão as 15 melhores séries e minisséries de 2023:

1- “Succession” (Succession — EUA — HBO) — A temporada final da saga da família Roy definitivamente colocou “Succession” na minha lista particular de melhores séries de todos os tempos. Sentirei falta destes personagens maravilhosamente deploráveis, egoístas, sem ética, moral ou qualquer senso de humanidade. A quarta temporada valeu em cada segundo.

2- “The Last of Us” (The Last of Us — CAN, EUA — HBO) — Mais uma série com o padrão HBO de qualidade e que quebrou um tabu. Finalmente temos uma adaptação de um game verdadeiramente incrível. A primeira temporada foi uma das grandes séries do ano.

3- “Poker Face” (Poker Face — EUA — Peacock) — Imagina uma série em que a sua protagonista detecta todo tipo de mentira e viaja pelos Estados Unidos resolvendo assassinatos enquanto ela mesma precisa fugir de um bandido que a quer ver morta. “Poker Face” foi a minha descoberta particular no oceano de séries espalhadas pelo planeta. A personagem da Natasha Lyonne talvez seja a minha favorita do ano.

4- “Cangaço Novo” (Cangaço Novo — BRA — Prime Video) — Esta série brasileira foi outra grata surpresa de 2023. Conta a história de uns assaltantes de banco, cangaceiros modernos em meio a disputas políticas de uma cidade do interior do Ceará. Excelente série com o selo #CríticaSocialFoda em que espero que tenha uma nova temporada porque precisamos de mais histórias da maravilhosa Dinorah Vaqueiro.

5- “O Urso” (The Bear — EUA — FX) — A segunda temporada desta série conseguiu superar a ótima primeira temporada. Aqui continuamos seguindo a saga de Carmen (Jeremy Allen White) para abrir um novo restaurante enquanto todos os personagens lidam com o luto pela morte do irmão de Carmen, Michael (John Bernthal). O sexto episódio é uma obra-prima.

6- “A Diplomata” (The Diplomat — ING, EUA — Netflix) — Taí uma série que eu comecei a ver por acaso através de uma indicação de um podcast que escutava e foi se revelando ótima ao longo dos episódios. Tão boa a ponto de conquistar um lugar no top-15 de 2023.

7- “A queda da casa de Usher” (The Fall of the House of Usher — EUA — Netflix) — Essa mistura de “Succession” com “Dope Sick” à moda Mike Flanagan deu muito certo. De todas as séries de Flanagan, acho que só coloco a Casa de Usher ligeiramente, e bem ligeiramente, abaixo de “A maldição da Residência Hill”.

8- “Maravilhosa Senhora Maisel” (The Marvelous Mrs. Maisel — EUA — Prime Vídeo) — Este também foi o ano de se despedir de Midge Maisel e toda a sua família. A quinta temporada foi uma bela despedida e ainda teve um episódio final muito bonito. Anseio pelos próximos projetos de Rachel Brosnahan, nossa futura Lois Lane.

9- “Mães da Máfia” (The Good Mothers — ITA, ING — Hulu) — Muito boa série sobre a história de mulheres que vivem sob o jugo e o medo da máfia italiana e precisam lidar com a eterna dualidade entre fugir e entrar para o programa de proteção à testemunha e ficar perto dos filhos e da família.

10- “Espião/Mestre” (Spy/Master — ROM — HBO) — Esta foi mais uma grata surpresa de 2023. Série de espionagem que se passa na Romênia durante a ditadura de Nicolae Ceaucescu. Tensa toda vida como uma boa série de espionagem deve ser.

11- “Falando a Real” (Shrinking — EUA — Apple TV) — Esta série roubou de “Ted Lasso” a cota good vibe do top-15. Se a série estrelada por Jason Sudeikis não teve lá uma grande temporada final, “Falando a Real” mostrou muita qualidade em sua primeira temporada, com um elenco muito bom e uma temática interessante sobre um terapeuta que está lidando com o luto pela morte da esposa e ao mesmo tempo está experimentando tratamentos alternativos para seus pacientes. A cereja no bolo é Harrison Ford, que quando quer, manda muito bem.

12- “Ahsoka” (Ahsoka — EUA — Disney Plus) — O que dizer sobre “Ahsoka” a não ser que é das melhores coisas feitas no universo de Star Wars nos últimos anos? Obviamente não tem o mesmo nível de excelência de “Andor”, mas esta primeira e, por enquanto, única temporada da série foi bem satisfatória. E fica aqui a nossa homenagem ao grande ator Ray Stevenson, que faleceu antes da série ir ao ar. Adorei o seu Baylan Skoll.

13- “Na mira do júri” (Jury Duty — EUA — Freevee) — Gosto de séries, mas não gosto e não vejo reality shows. Portanto, eu demorei muito a resolver a equação na minha cabeça se eu deveria ver “Na mira do júri”, que é uma série que parece um reality show. A criatividade dela e, até certo ponto, originalidade de sua premissa acabaram por prevalecer na hora de conferir esta série sobre um falso julgamento em que todos são atores com exceção de um indivíduo, que acha que tudo é real. O trabalho de improvisação dos atores foi realmente incrível e talvez seja o melhor trabalho da carreira de James Marsden.

14- “Servant” (Servant — EUA — Apple TV) — No ano passado, a terceira temporada de “Servant” já aparecia no meu top-15 e agora é a vez da quarta temporada aparecer aqui, comprovando que a série continua com muita qualidade.

15- “Loki” (Loki — EUA — Disney Plus) — Entre roteiros ruins, crise de relacionamento com empresas de efeitos visuais e atores com problemas na justiça, a Marvel respira por aparelhos, assim como o cinema de super-heróis parece dar sinais naturais de desgaste, mas “Loki” pode ser considerado um ponto positivo fora da curva descendente do estúdio. A segunda temporada foi muito boa e deu um bonito desfecho ao personagem vivido por Tom Hiddlestone, dando a Loki um dos melhores arcos de personagem no Universo Marvel, junto com o Capitão América e o Homem de Ferro.

Menções honrosas de 2023: “Treta” (Netflix), “Gen V” (Prime Video), “Lucky Hank” (AMC), “Slow Horses” (Apple TV) e “Rabo de Peixe” (Netflix).

E agora vamos ao prêmio “La casa de papel” de piores séries de 2023:

1- “The Idol” (The Idol — EUA — HBO) — Sam Levinson nos fez um favor com “The Idol”. Comprovou que até a HBO é capaz de apostar em porcarias incrivelmente ruins. O que dizer desta série? Eu tenho pena da Lily-Rose Depp, que defende o seu personagem como pode, mas todo o resto é uma das coisas mais pavorosas já feitas. Tanto que a série teve um episódio cortado e acabou antes do tempo. Infelizmente, isto não passou de uma viagem da dupla Levinson/The Weekend revelando todos os seus fetiches. Algo que não queríamos saber. E o final é de uma vergonha alheia atroz.

2- “Olhar Indiscreto” (Olhar Indiscreto — BRA — Netflix) — Não gosto de falar mal de produção brasileira porque é muito fácil bater em quem não tem uma cachoeira de dinheiro de um estúdio de Hollywood para trabalhar, mas esta série fica difícil de defender. Um soft porn de qualidade duvidosa com uma história ruim e interpretações um tanto quanto sofríveis. E acabei de perceber que o topo da lista deste ano ficou com duas séries regadas a sexo, mas eu prometo a vocês que eu não sou conservador.

3- “Gotham Knights” (Gotham Knights — EUA — CW) — A série tinha uma premissa interessante. Se situava numa Gotham em que o Batman morreu assassinado e um grupo de jovens se levanta para defender a cidade enquanto tenta provar a sua inocência no crime que matou Bruce Wayne. Mas tudo ficou só na premissa interessante, visto que “Gotham Knights” é um pesadelo de ruindade. Tanto que foi cancelada com apenas uma temporada.

4- “A lenda do tesouro perdido: No limiar da história” (EUA — Disney Plus) — Derivada do filme de mesmo nome estrelado pelo Nicolas Cage e que nem era assim uma obra-prima, esta série consegue tornar algo tão legal como o gênero de caçada de tesouro ser algo insuportável. Coitada da Catherine Zeta-Jones que se meteu nesta roubada. E pelo visto eu não fui o único que achei a série uma roubada, visto que ela foi cancelada com apenas uma temporada.

5- “Fubar” (Fubar — EUA — Netflix) — Sorry Schwarzenegger, mas foi muito difícil aturar e conseguir terminar “Fubar”. A história é bem fraquinha, algumas cenas são constrangedoras. Não deu para salvar do top-5 do horror, embora a última vaga tenha sido muito disputada com outras sete séries decepcionantes.

Por hoje é só. Amanhã voltamos com os melhores filmes de 2023.